terça-feira, 21 de janeiro de 2014

requiem for a dream


Divina Contactus

Aquele dia eu acordei me sentindo diferente. Não era um dia comum, pelo menos não pra mim. 
Eu olhava as coisas e elas não eram como antes, as cores brilhavam mais, o céu mais claro, o som mais suave. 
Aquele la, aquele não era eu. Aquele ali, não era o meu lugar.
Caminhando pela rua, eu podia ver o que as pessoas pensavam, sentir o que elas sentiam, ouvir, o que elas não diziam. Era tudo tao estranho,
tanta repressão, tanta amargura, em um universo tao grande, com tantas oportunidades. E quanto mais eu via, mais eu fugia, mais pra longe eu ia, procurando 
paz em algum lugar. Não havia.
Trem. Avião. Carro. Ônibus… não havia lugar onde houvesse reflexão. Uma procura sincera por auto conhecimento ou algo do gênero. Apenas Superficialidade. 
Futilidade à parte, estavam todos tao perdidos quanto eu.
Consumidos por um desespero, buscavam socorro um no outro, pra dividir as tristezas e somar as alegrias, sem se dar conta que as verdadeiras mudanças,
acontecem de dentro pra fora. É engraçado como as vezes você acorda e vê o mundo de uma maneira tao diferente. O mundo muda muito pouco da noite pro dia,
nós mudamos infinitamente, a cada instante que passa.
Já cansado de tudo isso, eu sai. Fui embora de casa. Fui pra outro canto da galáxia.
Ver tudo que eu sempre vi ficar pra traz, ver todos que eu conhecia se tornarem pálidos pontos perdidos no infinito foi o mais difícil, mas perdas fazem parte da vitoria. Eu segui o meu rumo, buscando alguma transformação, um contato talvez, ou apenas procurando. Já me disseram que quem não sabe o que procura, 
não percebe quando encontra. Eu discordo, a vida é uma constante busca, uma viajem, que constrói quem somos, dada as escolhas que fizemos.
No começo, tudo me era muito estranho. Estrelas, Planetas, Nebulosas e Buracos Negros. O ultimo sinal de vida era o da terra, que já não se enxergava nem mesmo como um ponto, nem mesmo um pixel. 
O infinito nos faz refletir sobre as nossas escolhas, que tipo de pessoa queremos ser. Um Homem de ideias, ou um simples produto do meio. 
De longe eu avisto um planeta, pequeno, duas pequenas luas e um sol vermelho. De longe é só um pedaço de rocha, flutuando no espaço, de perto, desespero
e frustração. 
Aparentemente, todas as formas de vida no universo convergem para o desespero, nem uma escapa, é um fardo, uma sina.
Nesse pequeno planeta, não muito diferença do meu antigo, a vida segue, como se não houvesse não de importante para acontecer, como se amanha fosse 
tao banal quanto hoje. Nesse planeta, exigia um costume engraçado, quando voce queria se apaixonar por alguém, bastava você olhar fixamente nos olhos dessa 
pessoa, e lembrar da sua musica favorita. Parece pratico, esquecer alguém é tao dificil quanto se apaixonar por alguém novo. 
Eu conheci esse planeta, e os seres que ali viviam. Aprendi seus costumes, suas crenças e seus medos. Era tudo novo, mas um novo igual, um novo mediocre.
Encontrei outros mais, mas nada de algo profundo, fora do real. Eu desenhei na minha mente, por um longo tempo, algo que fosse extraordinário. Mas quanto mais tempo passava, mais eu percebia que dentro, eu ainda era o mesmo. Foi quando eu cheguei no fim. O fim do universo. Sem mais tempo, sem mais espaço. Literalmente, não havia mais aonde ir. 
Sera que seria aquele o meu fim ? longe de tudo e de todos, conhecendo tudo mas não sabendo nada ? O que eu realmente queria…
Eu já não era mais um humanóide, tudo que era desnecessário, foi ficando pra traz, e junto com as duvidas que ficavam, outras, mais profundas, apareciam.
Foi quando eu me dei conta, que acima de tudo, do conhecimento, do espaço e do tempo, acima da existência, existia uma coisa, não era homem, nem uma estrela, era alguma coisa que entre. 
Essa coisa me tocou, e como se eu me afogasse em um mar de energia, que ia alem do universo, eu sentia como se a calma da eternidade estivesse molhando os meu pensamentos. Era como se fosse uma mensagem, pra eu ter calma, alguma coisa vem depois, e isso não é motivo de preocupação. 

Depois eu acordei.


Isso foi um sonho que eu tive, é muito dificil de descrever ele aqui, mas foi de um tanto assombroso e estonteante que não existem palavras em nenhuma lingua existente que descreva aquela sensação. Isolamento. Contato. Divino. Sabedoria. Paz.

É uma coisa muito pessoal. É muito triste você não poder falar o que você sente por mera incapacidade de se comunicar. Voce sabe as palavras, as coloca juntas, mas elas não dizem respeito ao que você realmente sentiu. Não se descreve o que é o amor, saudades, paz ou afins. Esse é e sempre vai ser o maior pesadelo

do ser humano. 

Ecstasing night

You know when you are tired
Can't fel your bones, maybe yu soul
But your mind don't stop
It wants more. More happiness, 
More musics, more dance, more life

Don't give up, go until the limit.
The limit of your body, your bones...
Cause is there the self knowledge 

Cause is there you real self

haha

Como se não fosse suficiente
O tanto que eu já tenho que saber
Cada dia eu procuro mais
Alguma coisa pra aprender
E devagar, bem devagarinho 
Eu sei menos sobre o mundo

Que nem um passarinho 

cedo

Depois que acordar
Não abra os olhos 
Você ainda está no paraíso 

Imagine toda poesia
Toda prosa e todo riso
Ecoando no seu ouvido
Explorando seu libido 

Agora você já não é um só 
Agora o mar não é azul 
O céu não é vermelho 
Só existe desejo 

Agora abra os olhos 
Sinta o vento que vem do leste
Ouça o som que vem do oeste

Você está vivo, isso te remete 
Isso nunca me atrapalhou 
Nem social nem profissionalmente
Você  era parte da minha rotina 
Lembrar vai ser minha sina 

Dizem que é só esquecer 
Deixar de lado, deixar pra lá 
Mas não é simples como se pensa
Não é assim que se dá

E eu vou ficando pra traz 
Como a sua imagem turva no papel
Um dia tudo vai ser passado

E quem sabe, respirarei aliviado

empty

vazio
à mercê
vulnerável
sem rumo
sem sentido
estranho

como a gente faz pra nunca mais se apaixonar ?
a gente nunca mais se relaciona ?
a gente deixa de viver ?
a gente morre ?

viver as vezes parece ser tao complicado,
não existir parece uma solução muito mais plausível 
a gente ‘ama’, ‘entende’, ‘aceita’, se ‘comunica’ e finalmente morre…


morre é a unica parte real da vida